Canaricultura – Criando com prazer
Atualizado: 14 de mar. de 2022
O núcleo de silvestres e exóticos, por via de regra, trabalha com pessoas que possuem um apreço muito grande pelo que cria. Não digo pela questão financeira, mas pelo prazer de criar e por estar na companhia de animais impares. E a canaricultura é um ótimo exemplo disso, por isso, gostaria de falar um pouco da história e como você pode iniciar essa produção, seja por hobby, seja como fonte de renda, seja só para ter essas aves de companhia. Então vamos lá!
A criação de canário começou próximo a 1478, quando os espanhóis chegaram nas ilhas Canárias e avistaram um bando de aves. Por serem facilmente domesticáveis, belas, e com vários padrões de canto (diz-se que imitavam canto de outras aves da região), os espanhóis que chegaram a essa ilha, levaram alguns exemplares para a Europa. Diz-se que os missionários espanhóis começaram a criá-las em cativeiro e arrecadavam uma ótima fonte de renda.
Hoje em dia não é diferente, muitas pessoas deixam profissões milionárias, para viver de criar ave. Deixam o estresse e enfado das tais profissões, para desfrutar do canto, da beleza e da renda proveniente dessa criação. Mas o que há de tão interessante?
Os canários domésticos possuem diversos padrões, que por sua vez estão em 3 categorias: Cor, Canto e Porte. Existe campeonatos anuais para cada padrão e cada animal possui um valor. Para exemplificar: os “sem raça definidos’ podem custar 30 reais, enquanto um canário de cor padrão Urucum, pode chegar a mais de 1000 reais. Para alcançar os primeiros lugares dos campeonatos e para vender aves com tal valor, é necessário conhecer bem a história por trás desse padrão, conhecer a origem da sua ave, as características necessárias para alcançar o maior valor Zootécnico. E o que preciso para começar a criar?
Digo que basta querer! Mas para pontuar melhor, algumas coisas que você tem que ter em mente e procurar são:
A escolha de categoria ou padrão que deseja criar.
Ex. Criarei para cor, mas terei um amarelo nevado e vermelho intenso. Dou a mesma alimentação? O que farei para que cada um consiga expressar melhor a sua genética?
Nesse ponto, entra a aquisição do Manual de Julgamento da OBJO. Onde estará as características julgáveis de cada padrão em sua categoria.
O tamanho da criação.
Ex. Vou começar pequeno, com cerca de 10 casais. Cerca de 40 filhotes por ninhada, logo vou precisar de X gaiolas. Para isso vou precisar de um quarto com tais medidas, para comportar as gaiolas e manter uma Sanidade ideal.
Quais as necessidades dos animais.
Vou oferecer ração extrusada + farinhada, ou so sementes e farinhada. Qual a umidade e temperatura ideal para o conforto e melhor desempenho das aves e dos ovos?
Quarentena
Não é a primeira coisa, mas é algo necessário a médio/longo prazo. Então, quando adquirir novas aves para melhorar a genética ou repor o plantel, ou na reintrodução das aves que foram para o campeonato, vou precisar de uma sala separada? Por quanto tempo essas aves tem que ficar separadas para não prejudicar a saúde do meu plantel principal.
Como reproduzir
Vou utilizar do sistema semi-intesivo com amas secas, ou vou deixar as mães criarem? Como vou selecionar meus reprodutores? Vou usar o melhoramento genético de parentesco, ou vou trazer indivíduos de fora para aumentar minha genética?
Como gerir
Usarei de planilhas de excel, ou terei um caderno impresso? Usarei nomes (criação pequenas)? O que vou anotar dos dados reprodutivos? Como está os gastos e o lucro?
Para quem quer criar para venda e principalmente para competição:
Precisa se filiar a um clube regional, pagar uma anuidade e comprar anilhas. Por quê?
Pois assim você irá ganhar reconhecimento, se trabalhar bem sua genética.
Terá uma gestão melhor da sua criação. Sabendo a origem – veio de qual outro criador? Quais são os pais da ave campeã, ou quais são os filhos da ave campeã.
Para competir regionalmente e se ganhar, poder competir no brasileiro.
Entre outros
Por fim, não posso deixar de falar da OBJO e da FOB. A FOB é a Federação ornitológica do Brasil, o órgão responsável por todos os clubes regionais de diversas criações de aves, por onde o criador adquire as anilhas e podem sair na revista Brasil Ornitológico se sua criação se destacar. A OBJO é a Organização Brasileira de Juízes de Ornitologia, é o órgão responsável pelo treinamento, credenciamento e gerenciamento dos juízes ornitólogos. Através da FOB e da OBJO é que são normatizados os padrões existentes e a validações de novas mutações.
Há outros aspectos a serem abordados, alguns futuramente, outros a partir de nossos serviços. Quaisquer duvidas entre em contato com A Vetjr UFMG. Estamos sempre em aprimoramento e disponíveis a trabalhar para que mais pessoas passem a criar e com prazer. Mas para isso, fica a dúvida: Já se imaginou acordando aos cantos dos canários?
Escrito por: Rafael Lage Magalhães.
Entre em contato conosco:
Email: silvestres@vetjr.com
Celular VetJr.: 31 9 8292-7161
Comments