Comportamento Estereotipado em Equinos Estabulados
O aumento de hípicas e centros equestres próximos às grandes cidades, bem como os pensionatos, baias de aluguel e outras propriedades similares mudou consideravelmente o estilo de vida dos equinos. Os cavalos passaram a ser mantidos em áreas pequenas, muitas vezes menores que 4m x 4m, sem contato com outros animais. O isolamento é causa de irritação profunda e eles passam a ser antissociais até mesmo com o homem, podendo desenvolver patologias e distúrbios comportamentais em quadros mais graves.
O comportamento estereotipado é uma situação comum no cavalo embaiado que é impossibilitado de expressar seu modo natural, resultando em uma necessidade biológica cerebral. Essa necessidade se refere aos quatro preceitos fundamentais da espécie para sobrevivência e socialização, sendo eles possibilidade de fuga, liberdade, companhia e disponibilidade de alimentos volumosos de fibra longa. Quando o animal não possui um recurso específico ou não consegue responder a estímulos ambientais ou corporais, há uma simulação mental da obtenção de tal necessidade e isso pode ser externalizado em movimentos repetitivos sem propósito, classificados como estereotipias.
Erros de manejo podem ocasionar vícios de fuga, de ansiedade, orais, de disparada ou de luta. O grande problema desses vícios é que, qu ando adquiridos, podem gerar fadiga intensa, exaustão, diminuição do consumo alimentar, perda de peso e queda de performance.
O serpenteamento ou a “dança do urso” é a simulação de caminhada em uma área restrita, não sendo desencadeada apenas do confinamento em espaço limitado, mas também do fornecimento de dieta inadequada e da falta de contato com humanos e outros cavalos. Já o escavamento é uma demonstração de ansiedade que, por cavar incessantemente, gera irregularidades nos cascos e danifica as instalações.
Como vício oral, a coprofagia é o mais recorrente, definida pela ingestão de fezes provocada pela ausência de nutrientes na alimentação. Além dele, a mastigação de madeira, a aerofagia (ato de “engolir ar”) e a ingestão da cauda ou da crina são estereotipias corriqueiras em cavalos que não têm oportunidade de pastar.
Diante de situações desesperadoras, pelo medo excessivo, são manifestados os vícios de luta ou fuga, que podem se apresentar como a autoagressão, automutilação, mordeduras, coices ou manotadas durante as atividades equestres. O controle da reação do medo deve ser feito pelo tratador de maneira delicada, com a voz calma, mas firme, não demonstrando qualquer sentimento que possa ser interpretado como receio do animal ou como agressão por ele.
Ao identificar um distúrbio comportamental, é necessário determinar as causas e corrigi-las. Um cavalo que se alimenta sobretudo de forragens de qualidade, que socializa com outros seres e que é possibilitado de conquistar a confiança mútua tem sua natureza respeitada e assim, permite que o homem extraia o máximo dele. À vista disso, a adequação de instalações, o treinamento de funcionários e a formulação dietética eficaz são essenciais para uma qualidade de vida, evitando o estresse intenso.
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Texto escrito por: Amaranta Gontijo.
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