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particularidades fisiológicas e anatômicas dos testudines

Atualizado: 14 de mar. de 2022


Você sabe quem são os Testudines? Os animais pertencentes a essa ordem são as tartarugas lacustres e marinhas, os cágados e os jabutis. Esses animais se diferem das demais ordens de répteis por terem a carapaça fixada à coluna e a escápula ventral às costelas. Nesse texto, iremos discorrer um pouco sobre as particularidades da sua anatomia e fisiologia.


Antes de mais nada, é importante salientar que o corpo dos testudines não é dividido em cavidade torácica e abdominal e, sim, em uma única cavidade chamada celomática, visto que não possuem o músculo do diafragma para fazer essa divisão.



Em se tratando do sistema digestório, os testudines possuem bicos córneos compostos por maxila, pré-maxila e mandíbula queratinizadas, glândulas salivares bem desenvolvidas e glândulas secretoras de pepsina na porção final do esôfago, no caso de algumas tartarugas. A velocidade de digestão depende da temperatura ambiental, sendo que em climas mais quentes ela ocorre de maneira mais rápida. O pâncreas de animais que se alimentam de insetos, crustáceos e aranhas é adaptado para produzir enzimas quitinolíticas. A estrutura do fígado desse animal é menos evidentemente organizada em lóbulos, comparando-se aos mamíferos e aves. A extensão do trato gastrointestinal de herbívoros é maior do que a dos carnívoros. Além disso, o reto desemboca no coprodeo (uma das partes três partes da cloaca) e as fezes ficam armazenadas no proctodeo (parte final da cloaca), para posteriormente serem eliminadas.


Já em se tratando do sistema respiratório, a queratinização da pele dos testudines foi um passo fundamental para eles alcançarem o habitat terrestre e serem o primeiro grupo de vertebrados a confiarem as trocas gasosas primariamente aos pulmões. São animais mais resistentes à hipóxia e apneia, devido a conformação do seu sistema nervoso central, que consegue utilizar vias anaeróbicas e não se danifica facilmente por hipóxia, além de possuírem pressão de oxigênio alveolar pouco crítica, permitindo manter um volume de oxigênio normal mesmo em hipóxia.


Quando se trata dos sistema cardiovascular dos testudines devemos lembrar que esses animais, sendo répteis, possuem dois átrios e um ventrículo. O seu ventrículo é dividido em três sub câmaras, o cavum venosum, cavum arteriosum e cavum pulmonale. O sangue venoso chega ao átrio direito e é direcionado ao cavum venosum e nesse momento o canal interventricular se fecha, através da crista muscular esse sangue chega ao cavum pulmonale, com a sístole ventricular o sangue sobe pela artéria pulmonar em direção ao pulmões e passa pela processo de hematose, quando ele retorna ao coração chega no átrio esquerdo e é direcionado ao cavum arteriosum, através do canal interventricular ele vai para o cavum venosum novamente, mas dessa vez é direcionado aos arcos aórticos direito e esquerdo ao ocorrer a sístole ventricular. Devido a limitada capacidade vascular pulmonar, ocorre um retorno de sangue venoso para a circulação sistêmica.


Fonte: Tratado de Animais Selvagens, 2ª edição.


Ao tratarmos do sistema renal, um ponto importante a se destacar é que os testudines não possuem a chamada alça de Henle, isso significa que eles não conseguem concentrar a urina. As espécies aquáticas e subaquáticas conseguem eliminar amônia e uréia pela urina, já as espécies terrestres só conseguem liberar sais de urato e ácido úrico. Não existe conexão direta entre a vesícula urinária e os rins, pois os ureteres desembocam no uredeo (uma das três partes da cloaca), de onde sai a uretra que irá acessar a vesícula urinária. Partindo do urodeo, a urina pode ser tanto desviada para a vesícula urinária, quanto para o proctodeo (parte final da cloaca), onde será armazenada junto com as fezes até posterior excreção.


Por fim, em se tratando de sistema reprodutor, os testudines são ovíparos e o sexo do animal é determinado de acordo com a temperatura do ambiente em que o ovo é incubado. Estudos mostram que temperaturas mais quentes são ideais para a geração de fêmeas, já temperaturas mais frias são ideais para a geração de macho. Ademais, o tempo que esse ovo foi exposto a essa determinada temperatura deve ser prolongado antes de determinar qual o sexo do animal.


Conhecer as particularidades de cada espécie influencia diretamenteno manejo a ser aplicado. A VetJr. é referência em projetos voltados para animais silvestres, objetivando o bem-estar, desenvolvimento e longevidade dos animais.


Escrito por: Litssa Galvão


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Email: silvestres@vetjr.com

Celular VetJr.: 31 9 8292-7161


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